terça-feira, 12 de junho de 2012

mestra!


missão cumprida, há 4 horas atrás eu, recém mestra, estava quicando, “querendo dançar Macarena” (Duarte, 2012!) na escadaria da universidade! Foi uma aflição não ter pra quem correr pro abraço, pois meus numerosíssimos amigos (duas!) de Strasbourg não estavam lá e a defesa infelizmente é fechada. Então, depois de ter que dar conta sozinha da sensação de não caber em mim mesma, a coisa maníaca do quente da hora foi passando ao longo das minhas demoradas conexões de trem na viagem de 3 horas de volta pra casa e eu já não sei se sou capaz de contar de maneira fiel o que rolou naquela salinha, entre euzinha, minha orientadora e o professor que aqui eles chamam de júri. Caramba, foi muito bacana!! Apesar de uma cultura, que talvez seja mais mito que qualquer coisa, dos professores pegarem pesado na defesa e fazerem todo um jogo pra testar sua capacidade de se defender de fato, eles foram só elogios! A crítica de um foi que eu atrapalhei o trabalho dele de ter que criticar, pois não havia muito o que dizer quanto a isso! No momento estou muito metida pra contar de forma mais humilde que rolou papo de que o meu trabalho era de nível de um doutorado, que é preciso continuar, que o texto está tão bom e fluido que os dois leram de uma enfiada só, que é um trabalho muito pertinente, inédito e ao mesmo tempo autoral, que precisa ser compartilhado, que ensina muita coisa pros franceses e que até o francês está bom! Enfim, tô mega feliz, rindo daquele início, registrado aqui, em que me sentia absolutamente incapaz de me expressar, e minha crença, ao longo de grande parte do processo, de que seria impossível concluir esse mestrado, ainda mais em um ano. Nossa, não tem muito tempo que quando me pegava às voltas com a descoberta de uma nova exigência nessa loucura de ter que desvendar praticamente sozinha o estranho funcionamento de um mestrado em outro país e em outra língua, eu pensava em desistir. Muitas vezes me perguntei sobre o sentido de investir em um deslocamento diário tão longo (cruzava a fronteira 2 vezes por dia e às vezes passava 6 horas viajando!), de dividir minha vida que acabava não se fixando nem na Alemanha nem na França, do esforço de dar conta de obrigações quase escolares numa lógica acadêmica à qual eu tenho tantas críticas, da dificuldade de lidar com duas línguas estrangeiras ao mesmo tempo. Na verdade, eu, de fato, não considerava a hipótese de escrever a dissertação em francês. Lembro que acreditava profundamente que precisaria escrever em português e mandar traduzir. E não é que não só a bichinha nasceu em francês mas ficou bonita?! E agora, ironicamente, parece que me cabe fazer um doutorado! E eu achava que não dava pra coisa acadêmica... Confesso que parir essa dissertação, apesar de todo o sofrimento, foi tão bacana pra mim que eu já vinha pensando nisso. Mas depois dessa “indicação obrigatória”, em que os professores disseram que eu preciso compartilhar meu trabalho, e de toda a afirmação na dissertação da dimensão da narrativa, da troca, da importância de simbolizar e de elaborar, acho que preciso pensar seriamente nesse projeto. Mas, e a minha tão sonhada volta pela Europa?! Bom, pelo visto em vez de férias e de pesquisa de informações turísticas, eu vou é me ocupar de pesquisar bolsa e de como começar um doutorado na França e terminar no Brasil. Se alguém tiver uma dica, é bem-vinda... E feliz dia dos namorados pra você também!